segunda-feira, novembro 29, 2004

Interpretar a vida

A vida, tal como a salsa, é feita de uma sucessão de tempos, batida após batida. Embrenhados nesta continuidade, quantas vezes não se aproveita o vento que sopra, a corrente que corre a favor; a oportunidade de seguir um sonho, a possibilidade de evitar um erro; quantas vezes não interpretamos os sinais que a vida nos dá e a tornamos monocórdica e imensamente igual?

A salsa, tal como a vida, é rica em sinais; basta para tal estar desperto, alerta e entregue às variações do ritmo. A diferença de sabor entre uma salsa dançada sempre igual, sem atenção às variações e uma salsa dançada intensamente de acordo com o sentimento que através dela varia? É a mesma que entre uma vida pautada pelo método, pelo prévio delineamento de todas as acções, pela capacidade de fazer sempre tudo da mesma forma e uma vida quente, apaixonada, com iniciativa e sensibilidade.

Ao interpretar a salsa, deve ter-se sempre em atenção o ritmo e não deixar que os devaneios criativos nos lancem para uma dança sem cadência. Ao interpretar a vida, deve partir-se de uma base sólida de princípios que podem reger os impulsos de forma a poder mudar-se de direcção sem perder o rumo...

Difícil? Sem dúvida.

Atingível? Claro que sim; comece-se por uma salsa lenta, que já conhecemos e vamos torná-la mais viva, reagindo à música, interpretando-a. Comece-se pelas coisas mais simples da vida, deixando-as aproveitar o vento que nos sopra na cara e nos enriquece.

Grão a grão...

É um processo lento? Não, é um processo apaixonante!

Na prática, experimentem dançar e sentir uma salsa bem romântica, por exemplo do Marc Anthony.

Na prática, dirijam-se a alguém especial e a propósito de nada, digam-lhe o que sentem por ela.

quarta-feira, novembro 24, 2004

A montanha pariu um rato

Há algum tempo atrás, decidi convidar uma montanha para dançar. Entenda-se por montanha uma salseira conhecida e tida por muitos mortais como uma deusa da salsa.

Mas, a montanha pariu um rato... Tensa, pesada, a salseira que impressionava vista de fora revelou-se desconfortável de conduzir e pouco entregue à cumplicidade do momento.

O rato pariu uma montanha

Noutra ocasião, convidei uma salseira iniciada que me era desconhecida. Começou por dizer (infelizmente como tantas fazem) que sabia poucos passos e era só iniciada (o que é que isso interessa?). E... o rato pariu uma montanha! Para além de uma total entrega ao momento, uma leveza e sensibilidade fora do comum.

O veredicto

Um(a) bom salseiro(a) não é aquele(a) que sabe onde colocar os pés e as mãos em cada tempo da música mesmo nos passos mais complicados; é aquele(a) que sente a música e se entega ao par mesmo nos passos mais simples...

segunda-feira, novembro 15, 2004

O toque do teu olhar

Salsar é viver, é sentir plenamente
O cheiro do teu toque
O toque do teu olhar

A música faz-me vibrar
O meu corpo faz-te girar
Tu fazes-me abandonar tudo
Esquecer-me de mim
De ti, de agora antes e depois
A única coisa que resta, é
O toque do teu olhar,

Que se perde na música em mim
O teu olhar, o toque do teu cheiro
Envolve-me num suave perfume
Abraça-me quente e intensamente
Penetra os meus poros, envolve-me a alma
A salsa ganha vida, a vida ganha salsa, com
O toque do teu olhar


quarta-feira, novembro 03, 2004

Presidenciais

Parece que o mundo perdeu uma oportunidade de dar um passo em frente. Iremos continuar com o Bush a enriquecer os bolsos de poucos à custa de todos...