domingo, novembro 27, 2005

A evolução do gosto

Na salsa, como na vida, começamos por gostar das salsas que todos gostam, aquelas que mais facilmente ficam no ouvido. Com o passar do tempo, a nossa relação com a salsa começa a crescer; começamos a gostar de mais tipos de salsa, procuramos conhecer mais compositores, já identificamos alguns estilos de salsa e preferimos uns em detrimento de outros.

Mais tarde, embrenhamo-nos a fundo na salsa - salsa dura, latin jazz, timba, procuramos conhecer todas as ramificações da salsa acabando por procurar a fundo as áreas que mais nos tocam. Despertamos para todos os instrumentos que soam, conseguindo desfrutar cada um deles descobrindo assim sons maravilhosos onde antes ouvíamos uma salsa estranha, densa e sem ritmo.

Pouco a pouco, descobrimos a árvore da salsa, com todas as suas influências afro e jazz, toda a riqueza de um ritmo tão vasto e diversificado. Sentimo-nos envolvidos na sua ramagem e queremos comungar das suas raízes. Ao descobri-la, amamo-la.

Este crescendo de vivência da salsa permite-nos tirar muito mais partido da dança; sentimos a música de forma diferente, deixamos que a sonoridade guie os nossos passos, que a percussão interprete os nossos movimentos que o ritmo da salsa controle a batida do coração.

Tal como o amor evolui, cresce, transforma-se e envolve, também a salsa o faz.

Começamos por nos apaixonar pela ponta do dedo e acabamos por amar o todo.

quarta-feira, novembro 02, 2005

Nomina sunt odiosa

Os nomes são inoportunos

A propósito de um livro que acabei agora mesmo de ler, no qual esta expressão pauteia o desenrolar dos acontecimentos, decidi aproveitá-la para comentar uma interpretação distinta.

Por vezes perdemos demasiado tempo a tentar nomear aquilo que sentimos, em vez de simplesmente sentirmos… Salsar traz-nos um prazer indescritível, transforma-nos, liberta-nos, faz-nos felizes.

Será mesmo fundamental tentar perceber se a salsa me transformou, me libertou ou me retirou a máscara? Normalmente, a verdade reside num ponto de intersecção destes 3 aspectos. O meu EU verdadeiro é aquele que entra no Salsaplace ou aquele que sai? No entanto, o que é mais importante? Interpretar o que sinto ou sentir? Sentir sem dúvida; sentir, sorrir e salsar.

Os nomes são inoportunos; há que aproveitar o momento e vivê-lo, dançá-lo plenamente.

Carpe diem.