quarta-feira, julho 27, 2005

Ser ou não ser... As idades da salsa...

Não ser – a criança
Quando se chega à salsa, tem-se muitas vezes a sensação de “não ser”. O síndroma do iniciado. Pouco à vontade, sabendo poucos passos, com alguma dificuldade em articular o pouco que se sabe… Este é o perfil do iniciado. Não ousa convidar e tem algum receio em ser convidado. Nem sempre se distingue uma salsa de outra.

Ser e não ser – a adolescência
Esta é a altura durante a qual, sabendo ainda muito pouco, estamos convencidos que sabemos muito. Sentimo-nos os maiores na pista e achamos que conseguimos desfrutar mais do que ninguém. Parece-nos impossível ser ainda mais fluído ou mais interpretativo do que estamos a ser em cada momento. A diversão é garantida e sai-se da pista com uma sensação de plenitude. Gosta-se de todas as salsas.

Ser – a maturidade
A natural evolução leva à correcção de muitos erros e o rigor, a técnica e o vocabulário vão aumentando mas acima de tudo ganhando consistência. A dança é bem mais segura. Criticando por um lado os adolescentes pela sua inconsciência, está-se sempre em luta consigo e com os outros. Consciente ou inconscientemente, a luta pelo status assume uma importância considerável. Dança-se pelo prazer, desde que se dance melhor que o parceiro do lado. Procura-se aprender mais e melhor, aulas, congressos, vídeos, tudo para uma formação contínua. Identifica-se a maioria dos estilos de salsa.

Deixar de ser – a plena maturidade

A dança é uma realização interna. Um prazer, um momento de harmonia. Dança-se exclusivamente para si e para o par. O vocabulário, a técnica, o rigor deixaram de ser prioridades. Procura-se agora uma harmonia entre a música e o par. Conhece-se a fundo os estilos de salsa preferidos.


Na salsa… como na vida, a antiguidade não é um posto.
Na vida, é sabido que o avançar dos anos não implica directamente um amadurecimento da personalidade. Temos adultos maduros com 20 anos e adolescentes com 40…
Na salsa, não é a prática que leva a mudar de etapa, mas sim a forma como esta se pratica.
Não é a salsa que forja o salseiro; é o salseiro que deve forjar a sua salsa.
Na salsa… como na vida.

1 Comments:

Blogger Salseira said...

Salsaholic,

Não achas que os salseiros ao longo da sua vida salseira vão, por vezes, oscilando entre estas fases? Talvez nunca voltando à primeira mas mesmo assim oscilando?

Além de que há salseiros que nunca chegam à última fase e outras que nunca saem da primeira ou, vá lá, segunda!

No entanto, há outros que mesmo devagarinho, mesmo com escorregadelas, lá vão ultrpassando estas fases e atingem o seu pleno! É com estes, os que têm muita dificuldade mas ainda assim lá chegam, que eu tenho mais prazer em dançar. É que são estes que sabendo a dificuldade que sentiram têm mais prazer em viver... ups, dançar!

29/7/05 10:04  

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